No dia 09 de Agosto de 2024 durante Sessão Ordinária na Loja Maçônica Edson Alves , o Irmão David Araújo apresentou a palestra abaixo no Tempo de Estudos.
TRAJE, POSTURA E COMPORTAMENTO EM LOJA MAÇÔNICA
LOJA MAÇÔNICA EDSON ALVES, 4604 – UBERLÂNDIA – MG.
A Maçonaria, na sua condição de instituição milenar, herdou hábitos, princípios e costumes ritualísticos da realeza dos povos europeus, especialmente da Inglaterra, ou antes, de toda a Gran Bretanha.
Assim, preservou através dos tempos e em todo o planeta, vestimentas, paramentos, e muito especialmente o comportamento dos maçons quando reunidos em Loja.
Do que se sabe sobre o Templo erguido por Salomão, os templos maçônicos se transformaram em uma réplica daquele histórico, exotérico e imponente monumento edificado para a prática da universalidade das virtudes humanas.
As ricas vestimentas usadas pelos Lordes Ingleses, foram apenas adaptadas aos vestuários modernos dos ternos e gravatas exigidos em todos os ritos maçônicos, não ficando para traz o tão falado BALANDRAU, como uma vestimenta do estilo sobretudo também muito usado pela realeza.
Nos dias de hoje, o traje correto para a frequência em Loja, é o terno preto, a camisa branca, o sapato preto e a gravata adotada pelo rito.
Permite-se o uso do balandrau quando em sessões econômicas de qualquer dos graus simbólicos, desde que o irmão esteja vestido também com calça preta, sapatos e meias pretas, e que a vestimenta se abotoe até o colarinho, não permitindo a aparição da camisa se esta também não for da cor preta. Consequentemente, nas sessões magnas somente é permitido o uso do terno preto e de seus componentes, como já detalhado.
O Templo Maçônico possui três espaços distintos para a frequência dos irmãos em dias de sessões: A Sala dos Passos Perdidos, primeiro espaço a ser frequentado e onde ficam os livros de presença para assinatura prévia dos irmãos e onde os irmãos podem dialogar livremente
até a convocação feita pelo Mestre de Cerimônias para o ÁTRIO, onde haverá a preparação, paramentação dos irmãos para formação do cortejo para o ingresso no Templo propriamente dito. Neste ambiente o comportamento deve ser de preparação espiritual para o bom desempenho dos trabalhos da Oficina, sendo as conversas em tons mais amenos e mais silenciosos e toda atenção voltada para as atividades do irmão Mestre de Cerimônias, que fará uma breve evocação espiritual para a perfeita formação da egrégora quando do ingresso no Templo já preparado para a realização dos trabalhos.
Em Loja, tanto nas colunas do sul e do norte, bem como no oriente, os irmãos permanecerão assentados, com os pés retos à frente da cadeira, braços e mãos estendidos sobre as cochas das pernas, cabeça erguida e em silêncio. É comum vermos irmãos com conversas paralelas durante os trabalhos, não se tocando que estão atrapalhando a harmonia e muitas vezes o silêncio necessário para o momento. É preciso que se tenha o senso crítico de que não é o momento para a conversa paralela e que cabe aos irmãos vigilantes manterem a ordem e a disciplina dos irmãos nas colunas, podendo inclusive solicitar o silêncio do irmão, o que não deixa de ser um ato constrangedor, tanto para o irmão advertido, quanto para o irmão vigilante que obrigatoriamente precisa exercer sua autoridade.
Lamentavelmente, ainda existem irmãos que utilizam celulares durante os trabalhos da Loja, mesmo sendo solicitado pelo Mestre de Cerimônias, no Átrio, que os aparelhos sejam desligados ou colocados em modo silencioso. Um verdadeiro equívoco que não pode ser tolerado pelos Vigilantes e pelo Mestre de Cerimônias.
A ritualística em Loja deve ser exercida de forma completa, não sendo permitido acrescentar ou suprimir qualquer expressão do ritual.
O deslocamento em Loja também deve ser perfeitamente observado para o maior brilhantismo dos trabalhos.
A palavra é dada aos irmãos nos momentos certos e de acordo com as necessidades propostas pelo venerável mestre, não podendo voltar após o encerramento de cada uma das colunas e do oriente. Mesmo o pedido com a expressão: “Pela Ordem”, pode ser negado pelo Venerável ou pelos Vigilantes quando o assunto já se esgotou e já se encontra em fase de votação.
As manifestações dos irmãos devem sempre serem feitas em tons suaves e jamais em discursos inflamados, próprios dos vaidosos que não faltam dentro de nossa Ordem.
O lugar em Loja de cada categoria de irmãos deve ser obedecida rigorosamente, tendo em vista o seu caráter exotérico na formação da egrégora, e também com relação à conclusão dos assuntos tratados na Oficina. Desta feita, no Rito Brasileiro, os Aprendizes assentam no topo da Coluna do Sul, os Companheiros no topo da Coluna do Norte, os Mestres Maçons, sem cargos, na Câmara do Meio.
No Oriente, ao lado esquerdo do Venerável Mestre, assentam-se os Mestres Instalados, visitantes ou não, enquanto que do Lado direito, assentam-se as autoridades maçônicas.
No Altar, do lado esquerdo do Venerável Mestre, assenta-se o Mestre Instalado que antecedeu o atual Venerável, exercendo um papel de orientador e suporte para o Venerável Mestre em exercício. Lado direito do Altar do Venerável Mestre, assenta-se o Grão Mestre ou a maior autoridade maçônica presente na sessão, sendo que a palavra deve circular na mesma sequência descrita, sendo a palavra final dada à autoridade maior que se encontra do lado direito do Venerável Mestre, sendo esta, a palavra final, não podendo outro irmão usar dela, senão o Venerável Mestre e o irmão Orador para as conclusões finais, ou no caso, para saudação aos irmãos visitantes. Observem que esta sequência obedece um grau de conhecimento, ou de experiência maçônica, tão importante para a perfeita execução dos trabalhos.
Nenhum Mestre Instalado ou autoridade maçônica pode negar ao convite do irmão Mestre de Cerimônias de se assentar no Oriente, nos lugares devidos.
Outra observação importante, é que, os irmão não podem desfazerem-se do Avental e das Comendas e Paramentos, quando do final dos trabalhos e ainda dentro do Templo Maçônico, senão após chegarem no Átrio, local de respeito onde foram os irmãos paramentados.
Na Maçonaria nada é feito por acaso ou sem uma razão própria de ser. Compete aos irmãos, além dos estudos, a observação de cada ato e de cada movimento que se faz em Loja. A percepção facilita o aprendizado e contribui para a melhor compreensão dos fins maçônicos.
O dever de todo irmão em Loja, é ser fraterno, tolerante e respeitador. Entender que tudo o quanto não é bom para si, também não é bom para os demais irmãos. Que cada um é detentor de um direito e de uma obrigação e que, quando esses princípios são respeitados, tudo se processa em harmonia, justo e perfeito.
David Araújo – M:.M:. CIM 240246