No dia 10 de Maio de 2024, sob o comando do Venerável Mestre José Wilson de Sales, a Loja Maçônica Edson Alves do Oriente de Uberlândia-Minas Gerais realizou uma Sessão Econômica de Grau I, cujo ponto alto foi o trabalho apresentado pelo Irmão Antonio Mancini no Tempo de Instrução com o título de: " Como se reconhece o Cristão " cujo texto apresentamos abaixo:
COMO SE RECONHECE O CRISTÃO
Antônio
Mancini
Parece uma pergunta
simples, mas a resposta implica em muita responsabilidade.
Os quatro
evangelhos, na boa nova de Cristo Jesus, estão repletos de recomendações e
conselhos neste sentido.
Uma resposta
simples, mas comprometedora e difícil de execução está em servir ao próximo.
Nos Atos dos
Apóstolos, escrito por Lucas, lemos que os cristãos primitivos se distinguiam,
na sociedade judaica da época, pela mútua ajuda. Os ricos vendiam seus bens e
compartilhavam com os mais pobres. A mesa de refeição era comunitária. Todos se
sentiam irmãos, a ponto de os judeus dizerem “Vede como eles se amam”.
O próprio Jesus
disse “Eu vim para servir e não para ser
servido”. Lavou até os pés dos apóstolos
Deu sua vida por
amor, morrendo abominavelmente pregado numa cruz.
Deixou uma regra de
ouro: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Nesta encarnação,
que nos foi concedida e por nossa escolha, nosso espírito se incarnou num corpo
físico e deu início ao período de recuperação de nossa caminhada ao reino de
Deus. As oportunidades, a cada minuto
oferecidas, necessitam de bom e adequado aproveitamento, pois elas não se
repetem.
Nas páginas do livro
da vida, escrito em nosso períspirito, se registram não só os atos, mas muito
mais as intenções que nos moveram à prática do bem ou do mal.
Deus, que é
misericordioso e nos deu o livre arbítrio, ou seja, o poder de escolher entre o
bem e o mal, não nos condena ou absolve. Ele simplesmente lê as nossas
intenções.
No fundo, no fundo
mesmo, quem nos absolve ou condena somos nós mesmos com nossas atitudes, nesta
reencarnação.
É no exercício da
caridade diária e contínua, no voltar-se ao irmão ou à irmã, no trato afável,
nos préstimos simples e corriqueiros, no silêncio de ouvir o outro, no
aconselhamento acolhedor, na repreensão carinhosa, no trato com delicadeza, no
elogio sincero, que torna o outro importante, na atenção ao necessitado é que
encontraremos a receita de servir ao próximo.
Quem não sentiu na
vida a alegria interior, espiritual, quando deu um brinquedo a uma criança, um
copo de água, um pouco de comida, uma palavra, um abraço. A alma da gente sente
um bem-estar maravilhoso.
Aliás, por que será
que abraçar nos faz bem? Sem dúvida porque quando se abraça o outro os corações
ficam mais próximos.
O cristão deve ser a
pessoa que segue os passos de Jesus. Não é fácil. O caminho é cheio de pedras.
Nossa paciência é curta. O bombardeio da televisão, com notícias distorcidas,
com novelas imorais, com a divulgação dos crimes a toda hora cometidos, tudo
isso nos leva certo desânimo e desesperança.
O apóstolo Tiago, em
uma de suas epístolas ou cartas aos cristãos, afirma, categoricamente: a fé sem
obras é morta. De fato, fazer o bem é investir no aperfeiçoamento espiritual.
De nada adiantará ter uma fé puramente racional. Ela deve ser real.
Comparado com o
sofrimento de Jesus, o nosso não chega nem a 1 por cento do Dele. Deus nos conforta
e ajuda com os 99 por cento.
Quantas vezes
olhamos só o lado ruim das coisas.
Lembro-me que certa vez me mostraram uma folha de papel e dentro, bem no
cento, um ponto escuro. Perguntaram-me o que via. Respondi: um ponto preto.
Responderam-me: você não viu quanto de branco ela contém? Há muita bondade no
mundo, pois aos maus interessa ver o circo pegar fogo.
Procure colocar-se
no lugar do outro. Nas circunstâncias nas quais ele se encontra será que você
não agiria do mesmo modo?
Servir sempre, conversar
com as pessoas sem fofocar, não repassar mensagens negativas via WatsApp,
Facebook, Instagram.
Nossos pensamentos
emitem energia e se forem negativos a carga será negativa. Cada um é
responsável, com sua parcela, para a expansão da luz universal.
Deus não precisa e
nem pede esforços enormes. Bastam pequenos atos animados pelo coração, sem
ostentação. Guarde em segredo o que de bom você fez. Prepare sua mala que
levará ao ser chamado de volta ao mundo espiritual. Você não levará bens
materiais, nem apego às coisas mundanas.
A história nos
mostra exemplos de pessoas simples, que foram gigantes espiritualmente. Assim como Madre Tereza de Calcutá, Irmã
Dulce, Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Eurípedes Barsanulfo, Dr, Hansen.
Elas acreditaram em
Jesus, quando disse: O que fizerdes ao menor de seus irmãos é a mim que
fizestes.
O papa Pio XII disse
que o pecado do século é o pecado da omissão.
Muita gente se comporta como água parada, que dá bicho (ex dengue).
Cada um nasce com
talento, qualidade ou missão para realizar. Pode ser um, dois ou dez talentos e
deles Deus nos exigirá a prestação de contas.
Assim como numa
parede um tijolo faz falta, assim também nossa omissão será notada.
Tinha razão Vandré
em seu verso ao dizer: quem faz não espera acontecer.
Muitas vezes
tentamos nos enganar dizendo que não somos perfeitos, que somos fracos,
impacientes, irritadiços. Com isso você
está querendo transferir para Deus a culpa e esquece que foi você, ao reencarnar,
que escolheu sua missão e sua situação.
O mesmo Deus, que
permitiu lhe dar nova oportunidade, continua abençoando-o com sua graça. Tenha
fé e ore, não com palavras e sim com o coração.
Olhe à sua volta: o
sol maravilhoso, as estrelas piscando de alegria, a lua esplendorosa, o ar que
respiramos, o verde das plantas, a formosura das flores e sobretudo a grandeza
do amor.
Nós costumamos
inverter a ordem das coisas nas orações. Primeiro se deve adorar, depois
louvar, depois agradecer e finalmente pedir, pois já recebemos demais. Muitas
vezes somos ingratos com Deus.
As pedras do caminho
de nossa vida, ou seja, as dificuldades se apresentam não para serem ignoradas,
mas para serem superadas, com a graça daquele que tudo pode.
Não se esqueça que
você é filho de Deus e que Ele ama você imensamente. Todavia pede também sua
colaboração na prática das virtudes da paciência, da tolerância, da
perseverança e sobretudo do amor ao próximo.
Agora vale
perguntar: qual o melhor próximo? Sua mulher? Seu marido? Seus filhos? Seus
pais?
Sua empregada? Seu
colega de serviço? Seus vizinhos?
Custa muito
dizer-lhes bom dia, boa tarde ou boa noite? Não lhe fará bem ajudar um
cadeirante atravessar a rua? Ajudar o cego a caminhar? Esperar o pedestre nas
passagens elevadas? Elogiar a comida feita com todo amor? Elogiar o desempenho
amoroso na cama? Escutar o que os filhos querem lhe dizer? Você mente para seus
filhos? Nunca nos esqueçamos: nossos filhos são espíritos que ajudamos a vir
para a terra, são carne da nossa carne, mas sobretudo centelhas do amor divino.
Não deixemos que as
televisões e algumas escolas de ideologia sem moral destruam o que nós
ensinamos com palavras, conselhos, nãos, e sins, com autoridade afável.
Os animais e
pássaros nos ensinam como criar os filhos.
Atingiram certa aprendizagem, cada um inicia sua vida. Nós criamos os
filhos para o mundo.
No início foi
perguntado: como se conhece um bom cristão?
É hora de se
perguntar: você se acha um bom cristão?
Como deverei me
comportar de ora em diante?
Termino esta
reflexão com algumas frases impactantes:
“O destino une e
separa as pessoas, mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas,
que por algum motivo um dia nos fizeram felizes”.
“O que posso desejar
para você, hoje?
Se existir guerra,
que seja de travesseiros;
Se existir fome, que
seja de amor;
Se for para
esquentar, que seja o sol:
Se for para enganar,
que seja o estômago:
Se for para chorar,
que seja de alegria;
Se for para mentir,
que seja a idade,
Se for para roubar,
que seja um beijo;
Se for para perder,
que seja o medo;
Se for para cair,
que seja na gandaia,
Se for para ser
feliz, que seja o tempo todo”.